O exercício de escrever é difícil porque logo o associamos ao trabalho de dispor as palavras conforme a mensagem que se quer passar, empregar normas da língua, além de fatores como inspiração e conteúdo.
Mas o exercício de ler não é menos complicado. É preciso deixar para trás a postura de leitor passivo. Afinal, se estamos vivendo o momento em que tudo se compartilha e as opiniões alheias são super valorizadas, é importante começar a praticar a leitura ativa, crítica.
Exemplos: o novo caderno Educação, do jornal Folha, trouxe, esta semana, a seguinte manchete: Só pública que seleciona aluna lidera Enem. O que significa isso? A revista Língua publica em sua edição de julho outra pérola do mesmo jornal, em matéria sobre a visita do presidente Lula ao Irã para afinar discurso pacifico sobre o emprego de energia atômica. Atenção ao subtítulo da matéria: Ali Akbar Salehi afirma à Folha que volta do urânio se processo fracassar desatou nó. Alguém me ajude!
Diante de frases como essas, você se sente motivado a continuar a leitura do texto? Talvez sim, devido ao quê de suspense que se instala com frases que não dizem nada; ou não, já que numa oferta de informação tão grande como a desses dias e tão pouco tempo para acompanhá-las, um titulo tão nada a ver nos leve ao provável abandono do texto e, por conseqüência, da informação.
A falta de espaço nos meios de comunicação e a linguagem de internet estão encolhendo o entendimento das noticias; encolherão, também, o senso crítico de receber essas notícias?
Nenhum comentário:
Postar um comentário