Cresce a oferta de cursos e
consequente a demanda por eles na modalidade EaD. Prova disso é a estreia do
caderno “educação à distância” no jornal Folha nesta segunda-feira com um pouco
mais de sol e ânimo depois da semana mais fria em décadas.
Já na semana anterior, em entrevista
especial com a sócia-diretora do Coursera tratou-se do acesso à educação
superior avançando por meio da internet e os cursos online. O Coursera hoje tem
parceria com 33 universidades internacionais e está em contato com a USP para
começarem planos de cursos em português.
Significa que, tendo acesso à conexão
de boa qualidade e sabendo inglês (esses cursos estão hospedados em plataformas
internacionais, ministrados e com conteúdo em inglês), não haverá mais
barreiras entre educação/qualificação e pessoas. É só isso?
O novo caderno sobre educação à
distância começa expondo um dos grandes problemas que dificultam a consolidação
desta modalidade entre os alunos: a evasão dos cursos online, apesar da
“facilidade” como principal característica dessa modalidade, chega a ser maior
do que nos cursos presenciais. Estranho?
A matéria também aponta razões para
esse número alto de abandono de estudo e estabelece um perfil dos alunos que
mais procuram esta modalidade como forma de educação/capacitação. Para as
razões, temos mau planejamento tanto dos cursos que são oferecidos (em relação
ao material, plataforma, falta de tutores e feedback para os alunos) quanto dos
próprios alunos, que acabam por se iludirem com a facilidade de horário e
deslocamento e não organizam o tempo e dedicação para realização e conclusão do
curso.
No perfil, pessoas mais experientes,
com mais de 30 anos, com pouco tempo para deslocarem-se e acompanhar
devidamente os cursos presenciais.
Bom, penso eu que essas pessoas (mais
experientes) já têm inclusive objetivos melhor definidos quanto à necessidade
de cursos do que os mais jovens, então por que não conseguem seguir com o curso
online?
Seria por que, em um cenário onde as
pessoas estão sufocadas com trabalho, estresse, falta de incentivo do
governo/empregador à dedicação de novos cursos e mobilidade que só a educação
proporciona, as pessoas sintam-se atadas em dividir o tempo com lazer, saúde,
família e estudo...?