Prova
do Enem 2015 aconteceu neste último domingo. Neste blog, meses atrás, já
havia comentado como o número de inscritos havia batido recordes e como a cada
ano a prova vem demonstrando mais segurança, mais aceitação e mais adeptos.
No
caso da prova de língua estrangeira (inglês), questões de pura
interpretação de texto.
Vou
deixar aqui o link da prova corrigida e comentada pelo Objetivo (retirada do blog de um colega professor).
Mais
do que eu comentar a prova e dar as minhas impressões, o que realmente acredito
ter professores mais dentro deste universo do que eu para fazê-lo, vou deixar
as minhas opiniões sobre como lidar com a língua estrangeira em nossas escolas
e nossos alunos.
Fica
claro para mim, entre outras coisas, que o que se cobra em relação à língua
estrangeira é a capacidade do aluno em ler um texto, de qualquer natureza
(artigos, charges) e entender a mensagem deste texto (a tal da interpretação).
Muito
bem! De que forma o aluno fará tal coisa se não consegue fazer o mesmo na própria
língua? Qual não é a dificuldade do aluno em praticar as habilidades de
compreensão, contextualização e adaptação de ideias no próprio português, muito
mais do que problemas com a gramática, morfologia, ortografia da língua?
Da
mesma forma, para quê o ensino da língua inglesa deve se concentrar nessas competências
(gramatica, vocabulário), se no final das contas o aluno será cobrado em outras
competências como a compreensão, contextualização e adaptação de ideias em
inglês?
Aqui
me parece redundante falar em multidisciplinaridade. O aluno precisa ser
despertado para habilidades de interpretação em qualquer língua que venha a
aprender e para isso, um trabalho integrado é a única solução. Integrado também
às outras áreas como Geografia, História, Ciências, especialmente porque a
língua é um organismo vivo e é preciso conhecer as particularidades culturais, geográficas
e históricas para entender isso.
O
conhecimento não é fragmentado. As avaliações a que os alunos estão sendo
submetidos provam isso. Resta agora a escola começar a trabalhar na mesma linha
para prepara-los não só para essas provas, mas para o século 21.