Saiu hoje na
Folha uma entrevista com o secretário de educação de São Paulo que comentou o
projeto encaminhado à Assembleia nesta semana sobre flexibilizar o currículo escolar
do Ensino Médio. Segundo ele, o aluno desta fase não precisa de um currículo tão
estagnado e deve ter condições de se aprofundar em áreas nas quais tem mais
interesse.
Eu acho uma ótima
ideia.
É bem
verdade que nós, brasileiros, diante de um cenário tão crítico de economia precária,
desemprego e cascatas de casos de corrupção, já vemos novas propostas com olhos desconfiados.
Eu tento
sair desse padrão, mas nesse caso da Educação, mesmo achando uma ótima ideia,
sou bastante descrente.
Basicamente,
é um plano que deixa de considerar diversas questões como as exigências do Enem
para o ingresso em universidades – se disciplinas como matemática e português tiverem
suas grades diminuídas, o que já é ruim vai ficar pior! No caso da língua
portuguesa, já tão negligenciada em sua base, teremos alunos formados na
educação básica em quais condições de aprendizagem em sua língua nativa?
Formação de
professores... outro buraco negro. E para esse recheio no bolo que seriam
disciplinas mais especificas e pertencentes às áreas exclusivas, a proposta do
governo é a educação a distância. Hein?
EaD no
Brasil está para mim como a educação bilíngue: existe, mas ninguém sabe o que
fazer com ela.
E,
finalmente, o fator comportamental. Estamos educando os nossos alunos para
serem independentes a ponto de conhecerem os seus perfis de aprendizes e
despertando interesses (o que acho mais importante) para que eles sejam capazes
de escolher e executar esse novo programa de forma apropriada? Pense nisso,
professor. Pense nisso, pai e mãe.
Mais um dos
projetos inspirados em resolver pouca coisa. E, segundo palavras do próprio
secretário, “não tenho pressa”. Vamos “sleep
on it”. Por um bom tempo...
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