sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Life itself is but a dream

Este mês de janeiro, fechamos o projeto "Dream" e, coincidentemente, confesso, é o mês de aniversário de Lewis Carrol, um dreamer por excelência e a quem já dedicamos posts aqui anteriormente. Daí, nesse momento em que a sustentabilidade está tão em alta, nada melhor do que uma repostagem! E uma última reflexão do Anthony Robbins: "Don't put off joy and happiness" (Não adie a alegria e a felicidade).

Keep on dreaming!
Denise Neves.


Alice é uma menina de sorte. Ela conseguiu transformar o seu tédio em uma grande aventura e para isso precisou de imaginação. E quanta imaginação: um universo onde comidas e bebidas esticam e encolhem o corpo, lagartas são os bichinhos mais espertos, onde sempre é a hora do chá e a representante maior da monarquia é uma rainha de copas que tem por hobby decepar a cabeça de seus súditos.


Não sei se as crianças hoje podem fazer o que Alice fez. Eça de Queirós bem disse que a imaginação se alimenta de espaços livres e em movimento, da natureza, enquanto a cidade e suas regras de municipalidade reprimem-na, ou pelo menos tornam o exercício de imaginar mais desgastante. No nosso mundo, que está longe de ser das Maravilhas, onde as coisas estão ao fácil alcance e à pronta-entrega, fechados em nossos apartamentos, as crianças têm dificuldade em imaginar.

E é ai que a obra de Lewis Carroll se torna ainda mais fascinante e atemporal. Ele nos cerca com fantasia durante toda a aventura com cenários extraordinários, personagens difíceis de serem definidos e quando os acontecimentos parecem estar concluídos, ainda existe o não-concluído, como em um sonho, provando que a imaginação não tem razão nem limites.

Esse País das Maravilhas contem todos os elementos de um conto de fadas tradicional, um reino, uma rainha má, espelhos e criaturas da natureza; a diferença é a personalidade questionadora e curiosa de Alice que enriquece a história de um mundo que, apesar de bem diferente para nós, também vê a sua rotina e certos padrões de comportamento engessarem o modo de viver de seus habitantes.

Na versão do filme de Tim Burton (2010), os moradores desse Underworld precisam de Alice, agora já com 19 anos, para acabar com a tirania da Rainha Vermelha e assim, mudar os padrões aos quais eles têm sido submetidos. Precisam, então, da sagacidade, curiosidade, inteligência e coragem de uma criança, que não se satisfaz com respostas prontas, lê um poema de trás para frente porque está num mundo de espelhos, enfrenta um monstro por acreditar... eles esperam que essas características não se percam nos humanos quando eles crescem.

Como em um jogo de cartas ou de xadrez em que o objetivo é se tornar rainha, o importante mesmo é se divertir. Afinal, qual será, de verdade, o mundo real? Para Lewis Carroll, “life itself is but a dream”.

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