sábado, 22 de agosto de 2015

Currículo novo para um novo aluno?



Saiu hoje na Folha uma entrevista com o secretário de educação de São Paulo que comentou o projeto encaminhado à Assembleia nesta semana sobre flexibilizar o currículo escolar do Ensino Médio. Segundo ele, o aluno desta fase não precisa de um currículo tão estagnado e deve ter condições de se aprofundar em áreas nas quais tem mais interesse.

Eu acho uma ótima ideia.

É bem verdade que nós, brasileiros, diante de um cenário tão crítico de economia precária, desemprego e cascatas de casos de corrupção, já vemos novas propostas com olhos desconfiados.

Eu tento sair desse padrão, mas nesse caso da Educação, mesmo achando uma ótima ideia, sou bastante descrente.

Basicamente, é um plano que deixa de considerar diversas questões como as exigências do Enem para o ingresso em universidades – se disciplinas como matemática e português tiverem suas grades diminuídas, o que já é ruim vai ficar pior! No caso da língua portuguesa, já tão negligenciada em sua base, teremos alunos formados na educação básica em quais condições de aprendizagem em sua língua nativa?

Formação de professores... outro buraco negro. E para esse recheio no bolo que seriam disciplinas mais especificas e pertencentes às áreas exclusivas, a proposta do governo é a educação a distância. Hein?

EaD no Brasil está para mim como a educação bilíngue: existe, mas ninguém sabe o que fazer com ela.

E, finalmente, o fator comportamental. Estamos educando os nossos alunos para serem independentes a ponto de conhecerem os seus perfis de aprendizes e despertando interesses (o que acho mais importante) para que eles sejam capazes de escolher e executar esse novo programa de forma apropriada? Pense nisso, professor. Pense nisso, pai e mãe.


Mais um dos projetos inspirados em resolver pouca coisa. E, segundo palavras do próprio secretário, “não tenho pressa”. Vamos “sleep on it”. Por um bom tempo...

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